-->

sexta-feira, 31 de março de 2017

Afinal a dieta deve ser rica em gordura ou em hidratos!?

0
Quando alguém perde uma quantidade visível de peso surgem sempre as mesmas perguntas...
como fizeste? Qual o segredo?

Sei por experiência própria que se a resposta for algo como "comecei a fazer exercício, cortei os alimentos processados, deixei de comer bolos e comecei a comer mais vegetais e frutas"  a resposta vai ser..."ah pois, isso para mim não dá" :D

Se ou menos houvesse uma maneira magica... hum...

Já sei... emagreci a comer bacon e ovos estrelados ao pequeno almoço! A sério? Sim, sim, podes comer TODA a carne que quiser, só não pode é comer arroz, fruta e batatas ok? Isto sim, é algo que os carnistas conseguem fazer!

Ou então... emagreci a comer arroz com batatas o dia todo! A sério? Sim, sim, mas atenção não podes é comer nada com gordura, como carnes, óleos ou frutos secos! Isto sim, é algo que os vegan conseguem fazer!

Independentemente dos princípios morais de cada um, parece que todos somos atraídos para uma formula magica (e mais extremista) que nos permita obter resultados enquanto enchemos a cara de um determinado macro nutriente (o nosso favorito!).

Quanto à nossa sede enquanto sociedade por proteína já falei aqui: Tens falta de proteína! por isso passemos para o próximo dilema: gordura!

Afinal a gordura é malvada? Ou é uma doce princesa que deve juntamente com a proteína :p ocupar  a maioria das calorias que ingerimos?

Eu claramente não sou especialista, por isso recorri à Organização Mundial de Saúde (WHO), e encontrei as respostas que procurava.

"Fats and oils in human nutrition"

Segundo este relatório um adulto deve garantir que pelo menos 15% da suas calorias diárias provém de gordura, indivíduos activos podem consumir até 35% de calorias provenientes de gordura, mas indivíduos sedentários não devem ultrapassar os 30% principalmente se a sua fonte for gordura saturada cuja fonte principal são fonte animais.

Basicamente o consumo de gordura deve ser o suficiente para garantir ao individuo o consumo necessário de ácidos graxos essenciais (que não são sintetizados pelo organismo) e de vitaminas lipossolúveis (vitaminas que para serem absorvidas necessitam da presença de lípidos, tais como a vitamina A, D, E e K), devendo no entanto manter-se baixo o suficiente para não aumentar o risco de obesidade, doenças coronárias e certos tipos de cancro (tudo doenças associadas ao elevado consumo de gordura).

Mas e a gordura é toda igual? Nope, segundo o mesmo relatório a gordura saturada não deverá representar mais que 10% das calorias totais diárias e o consumo de colesterol deve ser menos que 300 mg/dia e adivinhem... não existem mínimos!

Logo... 
Quanta gordura devemos afinal consumir por dia? 15 a 30% (até 35% de for uma pessoa muito activa)
E que tipo de gordura? fontes com baixo colesterol e baixas em gordura saturadas

(nota pessoal: os alimentos que me parecem garantir um consumo adequado de gordura sem rebentar a escala de saturados e colesterol são sementes, frutos secos e abacate)

Vamos fazer a experiência como aquele exemplo que já usámos na proteína

PA: 1 pão com 1 fatia de queijo e 1 copo de leite

A: 120 gr de frango e 100 gr de arroz cozido

L: 3 bolachas maria

J: 120 gr pescada + 100 gr batata

Com este mini menu cerca de 25% das calorias provém de gordura (perfeito) mas já atingimos os 10% de gordura saturada (12g neste caso) e 242 mg de colesterol e ainda só consumimos umas mil calorias! Basta adicionar aqui 1 ovo, outra sandes com queijo ou fiambre, um pouco mais de carne ou peixe ou mesmo azeite ou óleo (nem falo em fritos, enchidos e afins) e vamos ter ultrapassado completamente as directrizes da who. 

Concluindo e baralhando, para uma pessoa que consuma cerca de 2.000 calorias por dia o consumo de gordura deve estar entre as 300 e 600 calorias o que basicamente significa que deve ingerir entre 33 e 67 gr gordura/dia (da boa! ok?). Por isso acho que é melhor esquecermos o High Carb e o High Fat e ficarmos-nos pelo perfeito e saudável nível de gordura e hidratos que permitem ao nosso corpo ter o funcionamento perfeito!

Vamos então calcular como seria uma dieta perfeita de acordo com os parâmetros disponibilizados pela WHO? Sim e é já no próximo post!

Boas veganices!
Ler Mais

terça-feira, 21 de março de 2017

Um dia na tribo - Norte da Tailândia Parte 4

0
Ao final do dia chegámos à aldeia onde iríamos pernoitar e fomos muito bem recebidos por todos! E surpresa, até havia uma casa de banho, partilhada por toda a aldeia, que podíamos usar, obaaaaa! Era de buraco… mas ainda assim… obaaa!

Disseram-nos com que família íamos ficar e fomos lá deixar as nossas malas e mudar de roupa para algo mais quente e confortável para passar a noite. A casa, tal como a maioria que vimos, era construída sobre estacas e tinha apenas 1 divisão, nessa divisão existia uma fogueira e toda a família lá dormia junta no chão, com apenas uns cobertores velhos por baixo e uma rede mosquiteira sobre eles. A nossa família era um casal com um filhote. Mas em outras casas vi que também uma senhora mais velha dormia com eles, presumo que a mãe de um dos elementos do casal.

A “nossa família” arranjou tudo para que dormíssemos o melhor possível, com um édredon e um cobertor por baixo para aquecer (que parecia muito mas que se viria a revelar pouco!) e a rede mosquiteira em cima de nós, a nossa cama estava feita, ali mesmo ao lado deles naquela humilde casa com uma divisão… fantástico que nos abram as portas assim, seria como deixarmos estranhos dormir no nosso quarto!

Depois fomos todos para outra casa começar os preparativos do jantar e é uma coisa linda de ser ver, não há televisão, ou telemóveis, por isso todos se sentam em volta da fogueira e juntos cozinham, conversam e riem, riem muito, todas as gerações juntas, é muito especial de se ver.



Começou logo a passar um copo com um tipo de aguardente que eles fazem com o arroz e que pelo que vi bebem bastante, talvez daí que estejam sempre tãooo contentes :) claro que fui bebendo sempre que o copo passava por mim, mas só mesmo um bocadinhooo! Mais uma vez a beleza de partilharem os mesmos copos não só entre eles mas também connosco!

A comida estava óptima, mas infelizmente eles não se sentaram a comer connosco! 

Depois de jantar o Oh foi-nos deixar com a nossa família e foi dormir para outra casa, pronto estávamos sozinho com eles e sem tradutor!

Mesmo sem entendermos qualquer palavra logo nos convidaram para ir para perto da fogueira para nos aquecermos e ali ficámos entre sorrisos e tentativas de conversa, olhando a labareda com uma paz que nós no nosso dia a dia já não conseguimos encontrar.

Acabámos por nos despedir e ir dormir e aí sim o sofrimento começou, a noite lá é gelada, mesmo com o édredon por baixo e o saco cama sentia-se perfeitamente o frio e a humidade a entrar pelas frestas da casa, mal sentia o meu nariz de tão gelado e não bastasse isso a dor na anca e ombros de estar deitada praticamente sobre o chão não davam tréguas.

Felizmente a manhã chegou e com ela a necessidade de preparar o pequeno-almoço, eles decidiram fazer café para nós! Eles não consomem café, mas começaram a plantar para vender na cidade, muito empreendedores!

Mas fazer café não é bem como nós… primeiro vamos colher os grãos, depois acendem-se as fogueiras e levamos os grãos ao lume, até começarem a largar a casca, tiramos do lume e tiramos as cascas todas, depois volta ao lume até ficar tostado e castanhinho (o grão é claro)! Mas sem queimar, coisa que eu não estava a conseguir… e precisei de ajuda!

Cafézinho!

Depois vai-se para o pilão moer tudo, por fim junta-se a água, côa-se e xaram! Cerca de 1 hora depois o nosso café estava pronto! :D simples!

Entretanto também tinham assado batata doce para nós e trouxeram alguns frutos, directamente da árvore, queriam que experimentássemos tudo o que tinham! E nós claro comemos, alias durante todo o tempo que passamos com eles qualquer aviso sobre cuidados com água, higiene e afins caíram, só queríamos experienciar tudo e mostrar o quão agradecidos estávamos por eles nos receberem tão bem.

Começamos então a preparar o pequeno-almoço propriamente dito, que é em tudo similar ao jantar, arroz, tofu e muitos vegetais! Que alegria! (e o tofu deles é tão bom, mas bom!!! mais rijinho, uma maravilha!)



Este almoço foi diferente, já não comemos sozinhos, desta vez 3 famílias se juntaram a nós, cada uma trazendo algo que tinham feito, um verdadeiro almoço de partilha e um dos melhores momentos por que passámos na Tailândia!

Ah além de magico este foi um momento muito picante… raios! E a pequenita comia tudo tão tranquila enquanto nós… ai ai!

Depois de almoço tentei varrer a casa, como eles fazem sempre depois da refeição e logo as senhoras me expulsaram entre sorrisos, tento lavar loiça a mesma coisa… parece que escorraçar visitas que tentam ajudar é algo que ultrapassa fronteiras! :p

Chegou a hora de ir embora e devido aos problemas de comunicação no mercado não tínhamos absolutamente nada para deixar como prenda aos nossos anfitriões em forma de gratidão! Pensamos um pouco e como ali faz tanto frio e a roupa deles era tão gasta perguntamos ao Oh se seria correcto oferecermos os nossos casacos (novos!), ai que era… então tomem lá! Eles deram-nos canecas em bambu (onde tínhamos tomado o café), nós demos casacos… uma troca de prendas na sua essência mais pura!

A despedida custou-me muito, por sentir que por mais que tentasse não lhes conseguiria explicar o quão agradecida e humilde eu me sentia perante eles.

quase que pareço um deles :)


O regresso foi mais animado e agora que estávamos mais à vontade as passagens pelas aldeias muito mais fáceis e divertidas!






Coisas que fomos encontrado pelo caminho:

1 - escolinha dos meninos

2 - secagem dos cereais

3 - espécie de alambique para fazer a tal aguardente de arroz

4 - sr a fazer cestos


O sorriso é algo que sem duvida faz parte deles! :D


Sem faltar nova voltinha no carrossel (carinha!) e viagem de barco, sendo que este era ainda mais especial, porque deixava entrar água! Yep isso mesmo e lá dentro havia uma pequena bomba que a ia expulsando, pleaseee bomba linda trabalha rápido e não pares!

saudade

Ler Mais